quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Cidade Maia descoberta em reserva natural do México

Chactun pode ser importante para se perceber melhor 

o colapso desta civilização pré-colombiana
Chatcun não será tão grande como Tikal, Guatemala, na fotografia
Chatcun não será tão grande como Tikal, Guatemala, na fotografia

Durante vários séculos, uma cidade Maia permaneceu escondida numa reserva natural mexicana. Agora, uma equipa de arqueólogos dirigida Ivan Sprajc, professor associado da Academia de Ciências e Artes da Eslovénia, apresenta a descoberta que poderá dar pistas sobre o colapso desta civilização, há mil anos.
Os investigadores encontraram 15 pirâmides e vários outros elementos, incluindo campos onde se jogava à bola, praças e grandes estelas esculpidas. À cidade foi dado o nome de Chactun, que significa Pedra Vermelha ou Pedra Grande.
Ivan Sprajc afirma que esta terá sido menos povoada do que a grande cidade maia Tikal (90 mil habitantes), na Guatemala, podendo ter sido lar para 30 mil a 40 mil pessoas, números a confirmar no decorrer das investigações. A investigação foi aprovada pelo Instituto Nacional Mexicano de Antropologia e História e foi financiada pela Sociedade Geográfica nacional e duas companhias europeias.

Chactun viveu provavelmente a sua “época de ouro” em finais do período clássico da civilização maia, entre 600 e 900 d. C., diz Sprajc. Este sítio, que cobre 22 hectares e se localiza a 120 quilómetros a oeste de Chetumal, é um dos maiores já encontrados nas terras baixas do centro de Yucatán. O povoado mais próximo das ruínas é Xpujil, localizado a 25 quilómetros. De resto, o lugar está coberto pela selva. Apesar de desconhecido para a comunidade científica, o lugar fora já percorrido por lenhadores e seringueiros, há duas ou três décadas. “Temos a certeza que estiveram ali porque vimos os cortes nas árvores”, explica Sprajc.

O sítio foi descoberto através de fotografias aéreas tiradas há 15 anos, pela Comissão Nacional para o Conhecimento e Uso da Biodiversidade, para monitorização da reserva natural. Nas fotografias, os arqueólogos viram indícios de ruínas e marcaram as coordenadas. Passaram depois três semanas a abrir um caminho de 16 quilômetros para poderem chegar até lá. Durante seis semanas mapearam o sítio, documentaram os achados e quando saíram bloquearam o caminho para impedir o acesso.

A presença de vários campos para se jogar à bola é uma indicação de que Chactun era uma cidade importante. Provavelmente, foi abandonada por volta do ano mil, possivelmente devido à pressão demográfica, às alterações climáticas, a guerras ou rebeliões. O arqueólogo espera que as investigações possam ajudar a perceber as relações entre as diferentes regiões do império Maia durante este período. Esta civilização era uma das mais avançadas da América pré-colombiana e no seu apogeu governou grande extensões da península de Yucatán, Belice, Guatemala e Honduras.

Notícia veiculada no site http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=57985&op=all 

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